Pedro e festa da barriga.

Estávamos fazendo um cruzeiro em família e naquela noite Pedro (4 anos) não estava muito interessado em comer o jantar. Sentei ao seu lado e, lembrando da técnica ensinada pelas Motherns, lancei mão da “festa da barriga” para alimentá-lo. Comecei assim: – Você não sabe da maior…
E fingindo que contava uma super fofoca continuei: – Soube que tá tendo a maior festança dentro de sua barriguinha e a comida já está se arrumando para participar.
Enchi a primeira colher e segui entrando no clima: – O feijão vestiu seu terno marrom e está arrumadíssimo. agora ele pega carona na colher e…
imito a voz do feijão “-Pedrinho, abre a boca que eu já cheguei”
Pedro soltou uma gargalhada e abriu a boca para o primeiro convidado.
Depois veio dona Arroz, toda magrinha com seu vestido branco. Entrou correndo, sonhando em dançar com o feijão que tinha chegado mais cedo. Veio a colher das cenourinhas, entraram as ervilhas gordinhas e verdes, a batatinha frita nem parou na boca/portaria, seguiu cantando uma versão de “festa no ap” e assim o prato foi diminuindo enquanto a festa ficava cada vez mais animada.
Quando chegou a vez do pedacinho de carne entrar, a boca fechou-se e de nada adiantaram os meus apelos. A carne pedia pra ele abrir a porta, implorava, chorava dizendo que tinha comprado um vestido caríssimo para estrear na ocasião e o menino nada. Ria de boca fechada, sacudindo a cabeça de um lado para ou outro em sinal negativo.
Quando perguntei o que tinha acontecido, Pedro me explicou, taxativo: – A carninha não foi convidada.

Uma consideração sobre “Pedro e festa da barriga.”

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